TEMA: Para refetir... Parte 1



Para refetir... Parte 1


Tema A visão de Deus diante de um casamento infeliz

Fonte: Sepal - David Kornfield é missionário da Sepal

O número de casamentos infelizes está crescendo. O número de divórcios reflete isso. Nos Estados Unidos, pesquisadores, como Barna, indicam que a porcentagem de divórcios entre os que se chamam evangélicos é igual a da população de forma geral. Uma pesquisa Gallup indicou que 10% dos protestantes e 10% dos católicos são divorciados e que 26% dos protestantes e 23% dos católicos já foram divorciados em algum momento. Mais de um milhão de crianças, nos Estados Unidos, sofrem o divórcio de seus pais a cada ano e mais de 50% das que nascerão este ano experimentarão o divórcio de seus pais antes de completarem 18 anos. (Veja o Relatório Executivo ao final deste artigo.)Será que o Brasil seguirá esse rumo? Será que as igrejas evangélicas andarão nesse caminho? Afirmamos categoricamente que Deus ama os divorciados, que a igreja deve ser um lugar seguro para eles, oferecer esperança e um contexto apropriado para restaurar suas vidas. Ao mesmo tempo, se a igreja reflete a sociedade de forma geral quanto ao número de seus membros que procuram o divórcio, temos que admitir que o evangelho perdeu seu poder. A igreja precisa ser um lugar seguro não apenas para divorciados, mas também para os que acreditam no casamento e estão dispostos a lutar por um casamento saudável.Por que o casamento é tão importante para Deus? Por que Ele insiste “que o que Deus uniu, ninguém separe” (Mt 19.6)? Os propósitos de Deus para o casamento incluem:Revelar a imagem e semelhança d’Ele e os Seus propósitos em nos criar, abrindo um espaço para experimentarmos a comunhão que Ele tem na Trindade (Gn 1.26, 27).Resolver a solidão que aflige o homem desde antes da queda (Gn 2.18).


Dar a cada pessoa a oportunidade de formar uma nova família, principalmente para aquele cuja família de origem era disfuncional (Gn 2.24; Mt 19.5, 6; Ef 5.31).Celebrar, no ato sexual, uma intimidade não apenas física, mas emocional e espiritual. Deus faz questão que esse ato expresse verdadeiro amor, pureza e aliança (pacto), reservando-o, por essa razão, para o casamento (Gn 2.24).Dar-nos alguém com quem podemos ser transparentes, autênticos, sem experimentar vergonha (Gn 2.25). O desejo d’Ele é que possamos amar e ser amados sem medo, porque o verdadeiro amor expulsa o medo (1 Jo 4.18).Revelar a grandeza do amor de Cristo por nós como sua Noiva, a Igreja (Ef 5.22-32). A história, de Gênesis a Apocalipse, enfatiza o amor de Jesus por sua Noiva e nós recebemos o privilégio de ser um espelho desse amor. Sua aliança, Sua fidelidade e Seus propósitos eternos revelam-se no casamento. Dessa forma, não devemos ficar surpresos ao saber que Satanás empenha todos os seus esforços para acabar com casamentos saudáveis, prejudicando a muitos, tornando essa união numa relação intensamente infeliz para muitas pessoas. Se Deus, por Sua vez, não fizesse um compromisso de aliança conosco no casamento, não teríamos chances de nos aproximar dos Seus propósitos eternos. Um casamento saudável é realmente glorioso! E um infeliz, pode tornar-se num inferno, destruindo não apenas o casal, mas a família, e espalhando essa herança negativa às gerações seguintes.



A Bíblia traduz o coração d’Ele nesse sentido em quatro passagens, com os seguintes temas:Mal 2.10, 13-17 – Deus odeia o divórcio e a violência.Mt 19.3-12 – Não devemos nos divorciar a não ser no caso de adultério.1 Co 7.1-17 – Bases bíblicas para o divórcio e novo casamento da parte dos crentes.1 Pe 3.1-9 – Como tratar um cônjuge descrente. Quando peço que pessoas infelizes leiam esses textos para ouvir a Deus sobre sua situação, muitas simplesmente desprezam a perspectiva bíblica e continuam focalizando a sua dor, seu sofrimento, sua infelicidade.O mundo, a carne e o diabo juntam-se para nos convencer de que nossa felicidade é o que deve nortear nossas vidas. Esta crença, e os espíritos atrás dela, enganam o mundo e querem enganar os santos. A teoria do humanismo exalta o ser humano como um deus, ele é o mais importante. O espírito do individualismo exalta o indivíduo e sua realização pessoal. O hedonismo exalta o prazer e o “direito” de orientar a vida pela busca a qualquer preço da felicidade.Muitas pessoas que sofrem em seus casamentos estão desnorteadas; focalizam mais sua dor que Cristo; preocupam-se mais com seu sofrimento do que em serem fiéis a Ele. Em parte é compreensível, porque quem sofre muito tende a perder a perspectiva sã e equilibrada. O problema aprofunda-se quando os pastores destas pessoas se perdem na dor delas também, apoiando-as na procura de sua felicidade através do divórcio. Essa procura da felicidade perde totalmente de vista as palavras de Jesus, quando disse: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará” (Mt 10.38, 39).
Precisamos lembrar que o sofrimento é parte natural do chamado cristão. Somos bem-aventurados quando insultados, perseguidos e caluniados por causa de Jesus (Mt 5.11). Paulo considerou tudo como lixo, como perda, como esterco para poder realmente conhecer a Cristo.


Ele resume sua visão, dizendo: “Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte” (Fp 3.10). Deus e a Bíblia lidam seriamente com o assunto do sofrimento. Um livro inteiro da Bíblia é dedicado ao sofrimento injusto (Jó), os Salmos expressam com muita honestidade a dor e sofrimento do salmista; 1 Pedro foi escrito especificamente para crentes que sofrem nas mais diversas situações (na sociedade, no emprego e no casamento). Pedro ressalta que Jesus é nosso exemplo de como enfrentar o sofrimento e que devemos andar em Seus passos (1 Pe 2.21).Todos sofremos, crentes e não-crentes, doenças, problemas financeiros, morte de alguém querido, assalto, casamento difícil... Como o cristão responde a esse sofrimento pode ou não refletir a glória de Deus e o exemplo de nosso Senhor e Salvador. Caráter forma-se na fornalha. Paulo considera que “os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Rm 8.18). Conheço poucas pessoas que têm sofrido fisicamente tanto quanto minha filha, Karis, que, com uma doença crônica, passou grande parte de sua vida com dor, internada em hospitais e diversas vezes desenganada pelos médicos. Mas a glória de Deus que vejo nela me emociona. Quem sofre no casamento tem um convite para esse caminho de glória. Há também a opção de fugir desse caminho estreito, trocando a glória de Deus por sua própria felicidade. Lembremos: felicidade e alegria não são sinônimos. Felicidade é circunstancial, afetada por muitas coisas, como desemprego, dor, conflitos e adversidade. Alegria é um fruto contínuo do Espírito (Gl 5.22, 23) e uma expressão fundamental do reino de Deus (Rm 14.7).
Saber a diferença e viver nessa alegria não é algo automático; é um aprendizado. Paulo aprendeu a adaptar-se e contentar-se em “toda e qualquer circunstância” através da graça de Deus que o fortalecia (Fp 4.11-13). Deus quer que tenhamos uma alegria que não dependa do nosso cônjuge.

http://www.lideranca.org/mapi-sepal.htm

#Compartilhar

Postagens Relacionadas

Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »